Algumas pessoas, certamente, classificaram o feito como fantástico, magnífico, exuberante. E, muito provavelmente, até soltaram um “uhul” por aí. Porém, todavia, entretando, a propaganda feita por uma empresa de maquininhas de cartão de crédito, débito e afins em painéis luminosos da Times Square, em Nova York, citando o nome de Araçatuba mostra o quanto muitos de nós ainda cultua um certo provincianismo que insiste em fingir-se de modernidade.
Bastou a publicação do fato em veículos de comunicação locais para o assunto “viralizar”, como gostam de classificar os antenados ao mundo virtual da internet para feitos que se espalham em séries de compartilhamentos e curtições de navegantes das mais variadas redes sociais.
Seria chique não fosse a pobreza racional que a questão em tela evidencia. Uma propaganda de uma empresa financeira que fez o mesmo, na mesma Times Square e nos mesmos painéis, com uma “penca” de cidades espalhadas pelo país, na realidade, acabou ridicularizando o que deveria ser uma simples chamada de atenção para a existência de Araçatuba no mundo.
A empresa, que ganhou destaque gratuito em dezenas de veículos de comunicação das cidades que propagandeou em Nova York, certamente alcançou seus objetivos. Em especial, porque encontrou quem caísse em sua lábia marqueteira, viralizando nas redes o que ela, na prática, mais queria: um texto estampando seu nome como responsável por colocar tal cidade naquele que muitos acreditam ser o cruzamento de avenidas mais famoso do planeta.
Coitados de nós que caímos na cantilena. Até porque, a ação de marketing da dona das maquininhas de cartão foi a mesma para todos as cidades brasileiras que apareceram nos últimos dias na bendita Times Square.
Araçatuba, Jundiaí, Ponta Grossa, Itabuna, Uberaba, Volta Redonda, Maringá, Rio Branco e Campina Grande foram algumas das cidades que “ganharam” destaques em Nova York. Nomes que apareceram com a sigla de seus respectivos estados abaixo de uma mensagem recomendando que os estrangeiros visitem o Brasil.
Foi o suficiente para que uma leva de pessoas vissem em tal feito a grandiosidade de algo que, na prática, não vai mudar em absolutamente nada a rotina de cada cidade mostrada na Times Square. Talvez, a empresa das maquininhas ganhe milhares de novos clientes. Nada mais que isso.
Já para quem caiu na armação, fica o alerta de que nem tudo é grandioso como se mostra, glamuroso como se pensa nem fantástico como se acredita. Às vezes, estamos todos sendo feitos de idiotas sem sabermos, ridicularizados sem merecermos, “trolados” sem querermos. E ainda assim, vai sempre ter quem veja tudo diga: “uaaau”.