Uma semana após o jornal Folha de São Paulo noticiar que chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital) comandaram ações de tráfico de drogas e homicídios de rivais, por meio de ligações telefônicas de dentro de presídios do Estado, entre eles a Penitenciária de Valparaíso, na região de Araçatuba, oito mulheres foram detidas tentando entrar com 10 celulares nas três unidades prisionais de Lavínia.
Os aparelhos foram encontrados após as visitantes de detentos passarem por scanner que detectou os telefones. Seis mulheres, detidas no sábado (21) e domingo (22), tinham um celular cada introduzido na vagina. Outras duas, tentaram entrar com dois aparelhos cada uma, também escondidos nas genitálias.
Os celulares são de marcas desconhecidas, usados basicamente para fazer ligações e enviar mensagens, sem as tecnologias disponíveis dos smartphones. Conforme imagens disponibilizadas pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), os aparelhos, com chips já instalados, medem entre 7 e 11 centímetros de comprimento e têm largura de 3 a 6 centímetros.
Em Lavínia, o governo do Estado mantém em atividade três penitenciárias com população carcerária de 6.470 detentos Pouco mais da metade dos 11.156 habitantes conforme estimativa calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2017. A quantidade de celulares apreendida somente neste final de semana mostra que em nenhuma delas há dispositivos eficazes para o bloqueio de sinais de telefonia.
AS APREENSÕES
No último sábado, na Penitenciária 1 “Vereador Frederico Geometti”, ao passar pelo body scanner, a companheira de um sentenciado foi surpreendida com objeto metálico no corpo. Questionada, a visitante acabou confessando que portava um aparelho de telefonia celular oculto na genitália.
Na Penitenciária 2 "Luis Aparecido Fernandes", também no sábado, outra companheira de preso foi flagrada da mesma forma com um invólucro que também continha um celular. E na penitenciária 3 "ASP Paulo Guimarães", no mesmo dia, três mulheres foram flagradas tentando entrar com um telefone celular cada ocultos nas partes genitais.
Da mesma forma, outras cinco visitantes, todas companheiras de presos da mesma unidade, também foram surpreendidas tentando levar ilícitos para o interior do presídio no domingo. Duas levavam dois celulares cada uma e outra somente um, também escondidos na genitália. Uma outra companheira de preso tentou entrar com maconha e a última, com maconha e cocaína. As porções de droga também estavam no na parte interna do corpo das mulheres.
De acordo com a assessoria de imprensa da SAP, todas as mulheres foram detidas e encaminhadas para a delegacia de Lavínia. As imagens dos produtos apreendidos mostram que, em especial os celulares, eram embalados em preservativos, para não serem danificados por umidade corporal.