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Faltando praticamente um ano para as eleições de 2020, a população de Araçatuba começa a se atentar aos pretensos candidatos a cadeiras na Câmara e também ao comando da administração municipal a partir de janeiro de 2021.
Pelo que se vê, em tempos de internet servindo de palanque antecipado, a definição do voto será das mais duras dos últimos tempos. Não pela qualificação dos que já se comportam como concorrentes, mas sim pela falta de conteúdo que vem sendo mostrada a cada um de nós, exaustivamente, pelas redes sociais e seus cansativos fóruns de discussões.
Se, num passado não muito distante, os exigentes eleitores araçatubenses criticavam aos quatro cantos vereadores que tinham dificuldades em pronunciar um simples “problema”, usando e abusando dos “pobremas” e afins em seus discursos na tribuna da Casa de Leis, pelo que podemos ver nos meios online, entre aqueles que figuram como potenciais candidatos, a escolha terá de ser feita à base de muita oração ou então no famoso “mamãe mandou eu escolher este daqui...”.
É muito simples resumir o conteúdo intelectual e político daqueles que já pedem, de forma um tanto quanto piegas, nossos votos. Encontramos na internet uma multidão de coitadistas, vitimistas, denuncistas, moralistas e, mais que tudo, hipócritas, no sentido mais precioso da palavra.
Entre os vitimistas há uma legião de processados por atuais integrantes da classe política. Em geral, pessoas que, depois que conheceram a terminologia “liberdade de expressão”, acham que podem sair por aí balbuciando aos ventos o que pensam. Ou o que acham que pensam.
Já entre os denuncistas estão aqueles que, munidos de celulares conectados a redes sociais não ficam um dia inteiro sem postar suas intermináveis lives, fotos, imagens ou escritas que tanto sacrificam nosso bom e velho português. E não estamos aqui falando do dono da padaria.
Já o grupo dos moralistas é composto por aqueles que sonham concorrer a alguma coisa e que, para terem uma bandeira em mãos a balançar, ficam num jogo de bate a assopra. Para não comprometer-se com os políticos que estão no Poder e ao mesmo tempo fazerem sua média com o eleitorado, como quem quer dizer: “olha, estou aqui!”
Os hipócritas, sem sombra alguma de dúvidas, são todos os mencionados acima. Os coitadistas, os vitimistas, os denuncistas e os moralistas. Pessoas que acham, cegamente, que fazendo barulho na internet, atormentando a vida alheia, vão mesmo conseguir se colocar como políticos diferentes que mereçam o voto dos araçatubenses.
Na prática, a onda do voto via Facebook e Whatsapp, das eleições de 2018, contaminou geral pessoas que hoje condenam quem está ocupando cargo público e que, na prática, querem fazer exatamente o mesmo, ou até pior, que os que aí estão.
Quem tanto bate, pode ter certeza: ou ficou sem algum cargo prometido por candidato eleito nas eleições municipais passadas; saiu derrotado das urnas; ou viu algum concorrente que “apoiou” de alguma forma se lascar sem os votos necessários para garantir cadeira na Câmara ou na Prefeitura.
É isso tudo o que temos em movimentação para as eleições do próximo ano. Um bando de candidatos desprovidos de competência. O que não é quesito de primeira ordem exigido pela população, se analisarmos bem quem foram os eleitos desde que eleição tornou-se critério para escolha de nossos representantes na esfera política.
Para quem dá valor ao voto, o que está à mostra na internet é um indicativo de que nossa representatividade política tem tudo para piorar, e muito, a partir do próximo ano. Basta deixar a cegueira de lado para ver que sim, pior do que está, a coisa pode ficar.