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aumento AMEAÇADO Papinha e Salatino vão pedir retirada de 54% de reajuste a Edna Flor

Vereadores entendem que proposta da Mesa, feita a pedido de Dilador, causou grande desgaste à Câmara

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O presidente da Câmara de Araçatuba, Rivael Papinha (PSB), e o 2º secretário da Mesa Diretora, Flávio Salatino (MDB), vão pedir, logo no início da sessão extraordinária marcada para as 19h desta segunda-feira (17), a retirada da pauta de votações do projeto que prevê reajuste de 54,68% nos salários da atual vice-prefeita Edna Flor (PPS).

O pedido de Papinha e Salatino será submetido a plenário. Desta forma, todos os vereadores, logo no começo da sessão, deverão se manifestar se concordam com a manutenção ou não da proposta na pauta. Se a decisão da maioria for pela retirada, o projeto é arquivado de imediato. Do contrário, ele será o 14º item que irá a votação entre os 15 que compõem a sessão extraordinária desta segunda-feira.

Ao site Araçatuba e Região, Papinha explicou os motivos que o levaram, assim como Salatino, a fazer o pedido pela retirada do reajuste, que prevê a elevação dos salários da vice-prefeita Edna Flor de R$ 7.334,86 para R$ 11.345,77. Numa equiparação com o que ganham hoje os secretários municipais.

“A apresentação desse tipo de projeto, assim como o de aumento do Prefeito e vereadores, é uma competência da Mesa Diretora, que é composta pelo presidente, vice e dois secretários. Esse projeto, especificamente, foi apresentado atendendo, cordialmente, a um pedido feito pelo prefeito Dilador Borges (PSDB), por meio de ofício que nos fora enviado. A apresentação da proposta foi feita e de imediato causou grande repercussão entre os araçatubenses, de forma bastante negativa”, observa Papinha. “Como a apresentação do projeto pelos componentes da Mesa não significa que os mesmos concordam com ele, eu e o vereador Flávio Salatino conversamos e, decididos a votar contra, estamos nos antecipando com essa proposta de retirada”.

TELHADO DE VIDRO

Caso a Câmara não atenda um clamor popular que tomou conta das redes sociais desde a sexta-feira (14), quando a pauta da sessão extraordinária foi divulgada, a vice Edna Flor pode ter seus salários acrescidos em R$ 4.010,91 ao mês. Isso significa que a despesa na folha de pagamento municipal, durante o ano de 2019, será elevada em R$ 48.130,92. Nos dois anos de mandato que ainda lhe restam, a despesa será de R$ 96.260,84.

Ocorre que Edna Flor, nessa questão, tem a frágil proteção de um telhado de vidro cuja espessura é bastante fina. Principalmente, para uma política que, em seus tempos de vereança, não media a intensidade de seus ataques quanto incorporava o papel de “pedra” em ataques a governos dos quais sempre foi oposição.

Exemplo claro disso foi a manifestação de Edna Flor quando, em 21 de dezembro de 2012, a Mesa Diretora da Câmara, também atendendo a um pedido do chefe do Executivo na época, Cido Sério (PRB), levou a votação um reajuste de 57% sobre os salários de secretários municipais, a quem a atual vice quer ter os vencimentos igualados hoje.

Na ocasião, Edna Flor chegou a apelar para o discurso de que os ASGs (Agentes de Serviço0s Gerais) não tinham a mesma valorização por parte da Prefeitura. “Não há como votar um projeto desse sem ouvir outras categorias. Vamos valorizar sim, mas dando um aumento justo, um aumento moral”, declarou a então vereadora, conforme reportagem publicada na edição de 22 de dezembro pelo jornal Folha da Região.

Já em entrevista à emissora de televisão TV TEM, Edna Flor, que agora pleiteia um aumento de 54,68%, disse categoricamente: “O impacto financeiro é de mais de 1 milhão de reais, os quais daria pra gente construir tanta coisa e satisfazer tantas necessidades da nossa população. Mas o pior, é o impacto político. No meu entendimento, um projeto como este aprovado é uma afronta a nossa população, que não vai ter 8% de aumento”.

FICANDO INSUSTENTÁVEL

Com a decisão de Papinha e Flávio Salatino, em pedir a retirada da proposta de aumento para a vice-prefeita, outros vereadores devem acompanhar tal decisão. Vale lembrar que o 1º secretário da Mesa Diretora, Lucas Zanatta (PV), já não havia assinado o projeto para sua tramitação. A proposta teve as assinaturas apenas de Papinha, Salatino e do vice-presidente do Legislativo, Almir Fernandes Lima (PSDB)

Entre os demais vereadores, ouvidos pelo Araçatuba e Região sob o compromisso de preservação dos nomes, há uma corrente que avalia estar cada vez mais insustentável a proposta de reajuste para Edna Flor. Em especial, por tudo que ela já protagonizou na Câmara quando era vereadora e se posicionava com veemência contra propostas de reajustes que não lhe agradavam.

“Seria de bom tom se a própria vice-prefeita viesse a público pedir a retirada desse projeto. Só que isso não aconteceu desde que o caso começou a ganhar repercussão. O que nos passa é que ela, de fato, quer ter sim os salários elevados. Só que isso não é o que a sociedade quer”, diz um vereador ouvido pela reportagem. “Ela e o governo municipal ficarem postergando essa decisão pela retirada é, mais uma vez, deixar para a Câmara o peso de uma decisão. De forma desrespeitosa e nada harmônica, como pregam os atuais governantes. Edna Flor parece ter se esquecido por completo que já foi vereadora, não querendo enxergar sua atual realidade de pessoa pública”.


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