Araçatuba
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RÉU CONFESSO PM não recorre e vai mesmo a júri por assassinato do filho de coronel

Vinícius Coradim Alcântara confesso ter atirado, sem intenção, em estudante após briga em churrasco

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Réu confesso do tiro que matou o estudante Diogo Belentani, 21 anos, durante um churrasco em julho de 2017, o policial militar Vinícius Oliveira Coradim Alcântara, 21, não recorreu de pronúncia da Justiça de Araçatuba sobre o caso e vai mesmo a júri popular sob acusação de três crimes: disparo aleatório de arma de fogo, homicídio doloso (quando há intenção de matar) e fraude processual.

De acordo com o promotor do caso, Adelmo Pinho, o fato de o acusado não ter recorrido da pronúncia da Justiça local pode ter sido uma estratégia da defesa para acelerar o julgamento. “Se tivesse recorrido, esse caso poderia demorar para ter uma definição do julgamento. Como não houve recursos dentro do prazo específico, o júri pode ser marcado mais rapidamente”, explica.

Se tivesse recorrido do recurso, apesar de todos os agravantes apresentados na de núncia do Ministério Público e o que foi acolhido pela Justiça local, a apreciação da apelação poderia demorar mais de ano para ocorrer, devido à quantidade de processos criminais em andamento no judiciário do Estado de São Paulo.

Em janeiro deste ano, juiz Adeilson Ferreira Negri pronunciou Coradim, na condição de réu, conforme os agravantes e crimes indicados pelo promotor Adelmo Pinho. O Policial Militar continua detido no presídio Romão Gomes, em São Paulo, até a definição de data para realização do júri. 

A manutenção do PM detido se deve à gravidade do crime e porque, durante as investigações, ele pressionou testemunhas. “A família do acusado vem mantendo contato com testemunhas e interferindo no processo, o que é lamentável. O acusado quis matar a vítima e isso já está provado nos autos. As sucessivas mentiras do réu ‘caíram por terra’. No dia do julgamento perante o júri popular a verdade prevalecerá e a Justiça será feita”, disse o promotor na ocasião da pronúncia.

INSTRUÇÃO PROCESSUAL

Em audiência de instrução realizada em 9 de janeiro, onde a Justiça local ouviu depoimentos de sete testemunhas de acusação, quatro de defesa e do próprio réu, Coradim acabou confessando ter disparado contra o estudante e ter modificado a cena do crime, apesar de sustentar que não teve a intenção de matar Belentani, filho de um ex-coronel da PM.

Conforme o promotor Adelmo Pinho, as informações e relatos do próprio réu obtidos na audiência deixaram claro que no dia do crime o policial militar, em um determinado momento do dia, usou sua arma de serviço para efetuar um disparo aleatoriamente na chácara onde ocorria o churrasco. À noite, Alcântara veio a atirar contra o estudante, após uma discussão, e posteriormente fraudar a cena do crime, colocando a arma na mão da vítima, enquanto ainda estava no chão e antes mesmo de receber qualquer tipo de socorro.

Mesmo alegando não ter tido a intenção de matar Diogo Belentani – tese usada pela defesa para desqualificar a ação do réu –, o policial militar disse que sua arma estava nas mãos do estudante e que após retirá-la da vítima, ele se colocou em posição de tiro. No entanto, o disparo, neste momento, teria ocorrido acidentalmente. Alcântara e Belentani, segundo apuração policial, discutiram durante o churrasco por conta de uma garota. Ela teria relação amorosa com o policial militar e também com o estudante. 


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