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NÃO SABIA? Prefeitura convoca concursado morto para trabalhar como coveiro

Após óbito, Jair André de Oliveira também virou algo de ação judicial; familiares demonstram revolta

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Morte no dia 17 de julho, após ficar mais de duas semanas internado na Santa Casa de Birigui, após sofrer um acidente de motocicleta na rodovia Senador Teotônio Vilela, o ex-servidor estadual Jair André de Oliveira, que trabalhava emprestado na Prefeitura de Araçatuba, virou algo de um turbilhão de notícias menos de um mês após o seu óbito.

Isso porque, três dias após morrer, Jairzinho, como era conhecido por colegas, virou alvo de uma ação judicial, junto com um pedreiro, por eventual participação na troca de restos mortais de um casal, a pedido dos próprios filhos, de um túmulo para outro, no cemitério da Saudade, mediante recebimento de cerca de R$ 7 mil, além de um recebimento indevido de R$ 110,00 referente a uma taxa de sepultamento.

Não bastasse a ação judicial, o nome de Jair voltou a ganhar destaque com sua convocação, conforme decreto publicado no dia 9 deste mês, com a assinatura do prefeito Dilador Borges (PSDB), para assumir cargo efetivo de coveiro.

O servidor do Estado, emprestado para a administração municipal de Araçatuba, foi o 15º melhor classificado em concurso público realizado em 2016. Conforme o edital de chamamento, Jair deveria se apresentar para assumir o posto de trabalho em 30 dias, o que não ocorrerá por estar morto.

FAMILIARES REVOLTADOS

As duas notícias envolvendo o nome do trabalhador já falecido causaram revolta em seus familiares. Rafaela Adão Elias, esposa de Jair e pessoa que o acompanhou diariamente do dia do acidente até seu falecimento, disse ao Araçatuba e Região que já está buscando auxílio de advogado para que os fatos envolvendo seu falecido marido sejam esclarecidos.

Rafaela diz que Jair, na ação judicial, foi acusado de enriquecimento ilícito, o que é rechaçado por ela, uma vez que a Justiça determinou bloqueio de bens dos réus no referido caso e nada foi encontrado no nome das partes.

“O que estão fazendo é uma injustiça com o nome do Jair, que não está mais aqui para se defender. O que sei é que ele estava de férias quando essa questão da troca de túmulo aconteceu, e que uma outra pessoa estava em seu lugar”, afirma.

Ela diz que um amigo de Jair está dando orientações, pois ele tinha todas as informações passadas pelo amigo. Rafaela diz que outras pessoas, com cargos na administração municipal, podem estar relacionadas à execução do fato que resultou em processo contra seu falecido marido. Ela diz que passará à Justiça, no momento oportuno, tudo que tem de informação e até mesmo provas, para eventuais culpados sejam de fato responsabilizados.

A reportagem enviou neste sábado questionamento para a administração municipal. No entanto, não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem.


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