A Prefeitura de Araçatuba vai pagar, até esta sexta-feira (06), os salários dos funcionários do IVVH (Instituto de Valorização à Vida Humana), que é alvo de investigações da Polícia Federal e tem ligações, por meio de laranjas, com o empresário e sindicalista José Avelino Pereira, vulgo Chinelo.
A Justiça do Trabalho de Araçatuba concedeu à administração municipal, na terça-feira (03), uma liminar que autoriza a Prefeitura a fazer os pagamentos de salários aos funcionários. O pedido para ingresso de medida judicial foi feito pela Comissão Especial – formada através da Portaria G.P. nº 134 de 14 de agosto de 2019 –, com auxílio do SEECETHAR (Sindicato dos Empregados em Edifícios, Condomínios e Empregados em Turismo e Hospitalidade de Araçatuba e Região), que representa os trabalhadores, com o objetivo de garantir os direitos dos funcionários e não prejudicar a população com a interrupção dos serviços que atualmente são oferecidos.
O acerto dos salários, vale-alimentação e vale-transporte, bem como recolhimentos previdenciários e do FGTS referentes ao mês de agosto, devem ser pagos a todos os funcionários do IVVH até o 5º dia útil deste mês.
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura diz que o prefeito Dilador Borges (PSDB), preza pelo respeito aos funcionários e garante que os serviços não serão interrompidos. “Nós sempre respeitamos os funcionários, buscando fazer o pagamento em dia e oferecer melhores condições de trabalho sempre que possível. Tomamos essa decisão de lutar por eles por acreditar no trabalho desenvolvido pelos funcionários e a eficácia nos atendimentos oferecidos nos programas sociais. A sociedade é quem mais precisa desses serviços e eles não podem ser interrompidos”, diz o chefe do Executivo.
Dilador é investigado em processo que tramita sob sigilo no TRF3 (Tribunal Regional Federal), por suspeita de envolvimento com o grupo liderado por Chinelo, apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema montado para desviar dinheiro público de contratos firmados pelo IVVH e uma outra empresa registrada em nome de “laranjas” do sindicalista, que também tem contrato com a administração municipal.
Iniciada há dois anos, a investigação levou à prisão 15 pessoas no dia 13 de agosto. Além de Chinelo e pessoas a ele ligadas, foram detidos quatro funcionários da Prefeitura de Araçatuba que eram incumbidos de facilitar o esquema do sindicalista no governo municipal, o que lhe dava, segundo a PF, um faturamento mensal da ordem de R$ 120 mil.
Todos os presos já foram soltos. No entanto, 14 deles indiciados pela Polícia Federal, por crimes relacionados a contratações feitas pela Prefeitura de Araçatuba na administração do prefeito Dilador Borges.