A maioria dos criminosos presos pela PF (Polícia Federal) de Araçatuba (SP) durante as operações deflagradas para combater fraudes no Auxílio Emergencial esta semana é jovem, não estava trabalhando e tem conhecimento em informática, segundo o delegado da PF, Frederico Rezende.
“Para burlar o sistema bancário e os aplicativos, quem realiza esse tipo de crime tem que deter conhecimento em informática. Todos estavam sem emprego e usufruindo de vida fácil, com dinheiro público, em detrimento da parcela da população mais carente e que mais precisava dos valores”, disse o delegado.
As operações “Vida Fácil I” e “Vida Fácil II” terminaram com 54 mandados de busca e apreensão cumpridos em Araçatuba, Birigui, São José do Rio Preto, Bauru, Marília, Anápolis (GO), Porto de Galinhas (PE) e Maringá (PR). Quinze pessoas foram presas suspeitas de integrar duas quadrilhas especializadas em fraudar o Auxílio Emergencial.
A estimativa é de que os suspeitos tenham gerado prejuízos superiores a R$ 10 milhões aos cofres públicos, mas equipes da PF de Araçatuba ainda analisam os materiais apreendidos para chegar ao valor que realmente foi desviado.
De acordo com o delegado Frederico Rezende, parte dos grupos usava dados falsos ou de pessoas que poderiam receber o Auxílio Emergencial para fraudar o sistema, enquanto a outra ficava responsável para sacar o dinheiro diretamente nos bancos.
“São duas organizações que atuavam na fraude bancária, especificamente do Auxílio Emergencial. Em certo momento da investigação, nós identificamos que as organizações se entrelaçavam. Ainda que momentaneamente, os investigados mantinham contatos ou transacionavam com outros”, explicou.
Com o dinheiro obtido na fraude, os principais integrantes das quadrilhas ostentavam vida de luxo e compravam veículos e imóveis de alto custo. Todas as pessoas identificadas como líderes das organizações foram presas durante as operações deflagradas na última quarta-feira (24).
“Eles gostavam de ostentar. A gente fez alguns registros de utilização de veículos e imóveis de luxo. Alguns dos investigados já tinham sido presos anteriormente pela Polícia Federal, mas acabaram retornado às ruas e voltaram a praticar exatamente a mesma atividade criminosa”, afirmou Frederico Rezende.
Todos os 15 suspeitos foram ouvidos, passaram por audiência de custódia e permanecem presos. Eles serão indiciados pelos crimes de furto, mediante fraude, praticado por meio de dispositivo eletrônico ou informático, além de associação criminosa.
Caso condenados, os integrantes da quadrilha podem pegar pena de até 16 anos de reclusão.
Com informações do g1