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MEDICINA ILEGAL Quadrilha que vendia vagas em vestibulares tem carros apreendidos

Cada vaga para medicina custava entre R$ 80 mil e R$ 120 mil e podiam ser pagas com bens

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A Polícia Civil de Assis (SP) apreendeu 127 automóveis que estavam em garagens, para serem comercializados sob consignação, essa semana nas cidades de Andradina e Murutinga do Sul, na região de Araçatuba. A apreensão é parte da segunda etapa da Operação Asclépio, que na mitologia grega e na romana é o deus da medicina.
Os veículos estavam em nome de Adeli de Oliveira, 54 anos, morador de Murutinga, e principal acusado de liderar a quadrilha especializada na venda de vagas em vestibulares de medicina de faculdades de todo o País. 
As apreensões ocorridas na quarta-feira (17) contaram com o apoio da Delegacia Regional Tributária de Araçatuba, que designou quatro fiscais estaduais para realizarem vistoria nas revendedoras de automóveis das duas cidades.
As investigações apontam até o momento que cada vaga no curso de medicina era negociada por valores que iam de R$ 80 mil a R$ 120 mil. Como pagamento a quadrilha aceitava a permuta por bens. Por isso, a Polícia acredita que os veículos eram frutos dessas negociações.

FEMA
As investigações tiveram início em junho de 2017, após notícia de eventual esquema de fraude no vestibular para o curso de medicina da FEMA (Fundação Educacional do Município de Assis), ocorrido em abril daquele ano. Os “clones” (pessoas que se passavam por candidatos) haviam realizado a prova de vestibular.
Entretanto, a entidade organizadora do vestibular – Vunesp – constatou inconsistências nas identificações datiloscópicas, assinaturas na folha de respostas e também nas imagens captadas dos candidatos, com as coletadas dos alunos aprovados e posteriormente matriculados no curso.
PRIMEIRA FASE
Durante as investigações, os agentes identificaram uma pessoa como principal articulador do esquema de venda de vagas para ingresso no curso de medicina e, igualmente, no processo seletivo de transferência de alunos para o mesmo curso em faculdades do Estado de São Paulo.
Com o avanço das diligências, a Polícia Civil de Assis apurou a constituição de sofisticada organização criminosa composta de três grupos: familiar, captadores e vendedores de vagas e intermediários na Universidade Brasil – medicina de Fernandópolis.
Com a apreensão de diversos materiais ocorridos na primeira fase da operação, os policiais constataram o envolvimento de outras pessoas.
Agora, segundo a própria polícia, as investigações prosseguem no intuito de localizar e prender todos os envolvidos na ação criminosa. Os acusados serão indiciados pelos crimes de organização criminosa, estelionato e falsificação de documento público.

"CLONE"
A Polícia Civil de Assis também divulgou a fotografia dos “clones” que participaram das provas de vestibular no lugar dos verdadeiros candidatos, na esperança que sejam denunciados, enquanto aguarda o resultado dos exames dactiloscópicos coletados pela Vunesp na data do fato, que foram solicitados aos 26 estados da Federação e o Distrito Federal, visando a identificação dos criminosos.
A polícia também pede ajuda da população para identificar os criminosos. Quem souber da identidade de referidas pessoas pode auxiliar procurando uma delegacia e através do telefone 181 (disque denúncia), junto à Delegacia da Polícia Civil de Assis pelo telefone (18) 3302-9222.

 


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