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Faltando menos de um ano para as eleições, Araçatuba vivencia uma intensa “guerra” política entre grupos oposicionistas, que têm mobilizado a população contra a administração municipal, e um governo que tem tocado a gestão da cidade com pessoas que, em diversos casos de repercussão, têm jogado claramente contra ele próprio.
E não ver isso, não se atentar a determinadas omissões, deixar a temperatura subir ao extremo nesse embate entre com a oposição, é pedir para apanhar, como tem acontecido dia após dia com a administração do prefeito Dilador Borges (PSDB) e da vice Edna Flor (Cidadania).
O episódio mais recente aconteceu neste domingo (13). Um cavalo morreu diante de uma residência e moradores acionaram, pela manhã, a Guarda Municipal para que providências fossem tomadas. O dia se passou e só perto do final da tarde o animal foi removido e levado para um local não divulgado pela Prefeitura.
Foi o bastante para que oposicionistas ao atual governo tomassem as redes sociais, de certa forma com razão, para esmerilhar prefeito e vice por conta de uma certa inoperância da administração municipal em tomar algum tipo de providência.
Se a Guarda Municipal demorou para agir, com relação ao animal morto na calçada de uma residência, o prefeito tem por obrigação saber o que aconteceu e tomar providências, pois há, no comando da guarda, pessoas que ocupam cargos de confiança, que possuem caráter de agentes políticos e que ganham muito bem para exercer dedicação plena à gestão municipal e às necessidades da população.
Impossível imaginar que a pessoa que recebeu a ligação na Guarda Municipal – a menos culpada de todas, talvez –, não tenha avisado alguém da Prefeitura sobre o cavalo. Alguém, que recebe junto ao salário o chamado RDP, deveria ter tomado providência antes do caso estourar nas redes sociais, rendendo chicoteadas nos responsáveis pelo governo municipal.
Alguém mandou às favas o famigerado “Regime de Dedicação Plena” às necessidades da população e deixou o governo sangrar à vontade antes de agir. Este alguém, deve ser penalizado. Punido, assim como o dono do próprio cavalo, que simplesmente abandonou o animal. A Prefeitura tem que descobrir quem é o proprietário do bicho e penalizá-lo pelo descuido.
Assim como a também famigerada agência reguladora Daea prometeu fazer com a Samar (Soluções Ambientais de Araçatuba) após a Zona Leste inteira ter ficado sem água, sem que o comissário-geral do órgão, Márcio Saito, indicado ao cargo pelo prefeito Dilador Borges, tomasse medida imediata para amenizar o problema que afetou milhares de pessoas.
Saito também fez Dilador sangrar, por quatro dias seguidos, e só após a Samar ter resolvido o problema veio a público dizendo que a agência que comanda questionaria a concessionária de água e esgoto sobre a situação, com a possibilidade de aplicação de multa de até R$ 1 milhão.
A inoperância de um aliado, no caso da água, fará com que o chefe do Executivo seja execrado pelo menos até as eleições do próximo ano. Márcio Saito, que na próxima semana terá que ir à Câmara prestar esclarecimentos a vereadores, deveria pedir para sair do cargo onde recebe salário bruto de mais de R$ 13 mil, uma vez que sua incompetência para tal atividade está mais que comprovada.
Da mesma forma, o episódio do cavalo deve levar o governo municipal a questionar e cobrar mais responsabilidade de quem recebe o tal do benefício por dedicação plena à administração e, por tabela, à população.
Se continuar pedindo para apanhar do jeito que está, Dilador não precisará nem se lançar candidato à reeleição, pois as chances de derrota serão grandes. O sangramento ao qual sei governo parece fazer questão de submeter-se nos remete aos sadomasoquistas que tiram da dor e o sofrimento o seu prazer. Diante disso, ou o prefeito e seu time acertam os ponteiros para agir em sintonia, ou a oposição fará, de fato, a festa que já vem propagando a algum tempo nas redes sociais.