Entre os dias 16 à 18 de novembro – de quarta a sexta-feira, da próxima semana -, moradores de Araçatuba e de 39 municípios da região poderão visitar a Santa Casa de Araçatuba e conhecer os principais setores do hospital que é referência em alta complexidade para mais de 850 mil habitantes da Noroeste Paulista.
Nesses dias, o hospital vai realizar o evento denominado “Visita Solidária- Abrace nossa Santa Casa”, mais uma etapa de ações propostas pela diretoria para estreitar o envolvimento da comunidade com o hospital e consolidar a certeza de que a instituição pertence à população e precisa da atenção e apoio de todos.
“Nosso objetivo é que a população atendida se apodere do hospital, fortalecendo sua percepção sobre a importância da Santa Casa para os momentos que dela precisar. Uma forma de consolidar isso é conhecendo. O que os olhos não veem o coração não sente”, afirmou o provedor Petrônio Pereira Lima, ao explicar o principal alvo da ação.
INTERESSANTE
O administrador da Santa Casa, Luiz Otávio Barbosa Vianna explica que com a ação, a população poderá conhecer toda a dinâmica do funcionamento do hospital e os inúmeros serviços que dão suporte às atividades assistenciais. “As pessoas normalmente só se dão conta da atuação de médicos, enfermagem e, talvez fisioterapia. É bem provável que se surpreendam ao saber que tantos outros profissionais atuam ali”, afirmou o administrador, ao incluir nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, engenheiros, bioquímicos, fonoaudiólogos, advogados, administradores, contadores, que atuam na instituição. “Há muita coisa interessante por dentro de um grande hospital”, afirmou.
PRECISA AGENDAR
A visita será aberta ao público em geral. As pessoas interessadas precisam apenas agendar a visita. Os interessados devem telefonar para (18) 3607-3021, de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 14h às 17h30. A ação está sendo organizada por uma comissão composta por representantes de vários setores do hospital.
Serão formados grupos de visitantes para um tour monitorado pelos principais setores do hospital. Dentre as áreas previstas no itinerário da visita estão Centro Cirúrgico, UTI Adultos 1, Pronto-Socorro, CTO, Cardiologia Intervencionista, Pediatria e Serviço de Nutrição Dietética.
Em cada local visitado a coordenação do serviço dará informações gerais sobre o funcionamento do setor e responderá perguntas para possibilitar aos visitantes entendimento sobre a atividade e o funcionamento pleno do hospital.
“As pessoas não conseguem avaliar o que não conhecem. Quem já passou por aqui, certamente tem uma leitura específica da unidade onde foi atendido, mas não consegue dimensionar o tamanho da rede de serviços que foram necessários para que tivesse por exemplo, um atendimento de urgência e emergência”, exemplifica o administrador da Santa Casa, Luiz Otávio Barbosa Vianna.
FUNÇÃO SOCIAL
Para ele, o “Visita Solidária” será também uma oportunidade para as comunidades entenderem a função social do hospital e conhecerem seus pontos positivos e suas necessidades que são imensas. “Quem vier se surpreenderá com o que vai conhecer no hospital”, prevê Vianna.
O administrador avalia que os visitantes também serão importantes formadores de opinião em relação ao hospital, junto ao entorno onde vivem. “Quando a pessoa conhece, passa a ter condições de avaliar corretamente e argumentar quando ouvir algo que não condiz com aquilo que ela teve a oportunidade de conhecer”.
ABRAÇO
O slogan da ação “Abrace nossa Santa Casa”, traduz na opinião da diretoria os resultados esperados com a primeira edição da “Visita Solidária”. “Abraçar é um gesto de amor que pode ser manifestado através da solidariedade, comprometimento e acolhimento ao próximo através do hospital que há 95 anos cumpre esse importante papel social, explica Petrônio Lima.
O provedor também inclui o aumento de doações como um dos alvos da campanha. O custo mensal do hospital é em torno de R$ 15 milhões e desde o inicio do ano, a instituição vem registrando R$ 2,5 de déficit mensal. Doações que têm sido feitas pela comunidade tanto em dinheiro, equipamentos e insumos gerais; quanto através de repasses governamentais para o custeio têm evitado o colapso financeiro da instituição.
Mas a quantidade de doadores ainda é pequena quando se compara o raio de atuação do hospital que envolve 40 prefeituras que utilizam regularmente os serviços hospitalares e um público estimado em 850 mil pessoas que têm na instituição a segurança de atendimento especializado caso precise.
“Há algumas décadas havia mais proximidade das comunidades com os hospitais locais. Doar era uma cultura que envolvia a todos independente do poder aquisitivo”, disse o administrador da Santa Casa ao relembrar doadores permanentes, como, por exemplo, produtores rurais “que faziam questão de doar para os hospitais um pouco do que era colhido nas safras ou produzido nos sítios e fazendas”, rememora Vianna.
Por sua análise, a instituição do SUS (Sistema Único de Saúde) no final dos anos 80 e a propaganda massiva de que o governo estava pagando todos os atendimentos, interromperam o ciclo das doações espontâneas e permanentes e tiraram os hospitais do foco das comunidades.
“Realmente o governo paga, só que o valor é insuficiente para cobrir os custos e o envolvimento da comunidade é decisivo para equilibrar essa defasagem financeira”, afirma.
O provedor do hospital está otimista de que a ação será um passo importante para esse resgate. “Nesse primeiro contato com o hospital temos a certeza de que as pessoas sairão daqui conscientes sobre a importância da Santa Casa no contexto local e regional”, prevê Petrônio Lima, que também prevê que dessas visitas também sairão interessados em realizar trabalhos voluntários “que são importantíssimos para os pacientes”.
