O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o médico Cleudson Garcia Montalli cumpra a prisão em regime domiciliar. A defesa alega que ele estaria com "problemas de saúde".
O médico anestesista é apontado como líder de uma organização criminosa acusada de desviar dinheiro público da Saúde e foi condenado a cerca de 200 anos de prisão.
Em abril de 2021, Cleudson deixou o Centro de Ressocialização em Araçatuba (SP), onde estava preso desde outubro de 2020, após a prisão preventiva ser convertida em domiciliar também alegando "problemas de saúde".
Entretanto, em maio do mesmo ano ele voltou a prisão após o Supremo Tribunal Federal (STF) constatar que o laudo médico apresentado por ele era falso.
O advogado de defesa de Cleudson disse à TV TEM que o habeas corpus é destinado a apenas um mandado de prisão, portanto, falta estender o efeito dele aos outros mandados. Ele também afirmou que o cliente está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Lavínia, mas acredita que nos próximos dias o médico deve ser colocado em liberdade.
COMANDO DO ESQUEMA
Investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil apontaram que a organização criminosa era liderada pelo médico Cleudson Garcia Montalli. O anestesista, que foi diretor em várias unidades de saúde, chegou a ser homenageado com o título de cidadão Emérito nos municípios de Birigui e Agudos (SP).
Por meio da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, Cleudson Montali celebrou contratos de gestão mediante licitações fraudulentas com o poder público para administrar a saúde de diversos municípios e desviando parte do dinheiro repassado por força do contrato de gestão às referidas Organizações Sociais.
As investigações descobriram um esquema de desvio de dinheiro público sofisticado por meio de contratos de gestão não apenas no município de Birigui, mas em diversos municípios do estado de São Paulo e também em outros estados.
DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO
A Operação Raio X, que foi deflagrada em setembro de 2020 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil, investiga integrantes de uma organização criminosa que usava organizações sociais para desviar dinheiro público da saúde em diversos municípios paulistas.
As prisões e as buscas foram feitas em vários municípios do estado de São Paulo, dentre eles Penápolis, Araçatuba e Birigui.