Araçatuba
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ACIDENTE AÉREO Tragédia que matou empresário e piloto faz um ano e segue sem resposta

Luís Fernando, da Lomy Engenharia, e Fábio Pinho voltavam de fazenda quando avião caiu em Coxim (MS)

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O trágico acidente aéreo que tirou a vida do empresário araçatubense Luís Fernando de Arruda Ramos, de 47 anos, e do piloto, Fábio Pinho, 37 anos, ocorrido em uma fazenda no município de Coxim (MS), completa um ano nesta segunda-feira (28) sem que as autoridades aeronáuticas do país tenham uma explicação sobre o motivo da queda da aeronave em que ambos viajavam.

Em nota enviada ao Araçatuba e Região, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira), informa apenas que o acidente ainda está em investigação pelo Cenipa (Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). E que não há prazo para a conclusão do trabalho que vem sendo realizado desde a data do acidente.

Luís Fernando e Fábio morreram em decorrência da queda do avião Piper AirCraft, modelo PA-34-220T, número de série 3449015, tipo ICAO PA34, prefixo PT-WPD, fabricado 1998. A aeronave retornava a Araçatuba após ter levantado voo de uma das fazendas do empresário, na cidade de Porto Esperidião (MT).

Empresário e piloto iniciaram viagem por volta das 9h30 do Mato Grosso (10h30 conforme o horário de Brasília), no dia 28 de maio de 2017, um domingo. A intenção de ambos era chegar a Araçatuba em tempo de almoçar com familiares, mas razões que até hoje seguem sem explicações fizeram com que a aeronave caísse em uma área de pastagem da fazenda Seriema, a 25 quilômetros de Coxim, no Mato Grosso do Sul.

O Corpo de Bombeiros da cidade onde ocorreu a tragédia foi acionado por moradores da região às 11h47. Quando chegaram ao local do acidente, encontraram destroços da aeronave em chamas e seus passageiros já sem vida.

A confirmação da morte de Luís Fernando e do piloto Fábio Pinho se deu por meio de nota emitida pela assessoria da construtora do empresário, a Lomy Engenharia, já na noite do domingo. No entanto, no meio da tarde daquele dia, informações começaram a circular por redes sociais e entre pilotos da cidade, chamando atenção para desaparecimento do avião e a falta de comunicação com seu piloto.

A aeronave em questão, um bimotor com capacidade para dois tripulantes e quatro passageiros, estava apta para voar, de acordo com certificado de aeronavegabilidade com data de validade até 20 de julho 2017, e com a manutenção em ordem e inspeção anual mecânica com prazo de vencimento em 30 de março deste ano, conforme a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Na ocasião, a morte repentina do empresário e seu piloto causaram comoção na cidade. Luís Fernando havia se candidatado ao cargo de prefeito nas eleições de 2016. Era sua primeira participação em um pleito eleitoral, do qual saiu derrotado para o atual prefeito de Araçatuba. Sua vontade, caso um dia viesse a ser eleito, era trabalhar para fazer o melhor para a cidade onde estruturou uma das principais construtoras do Brasil.

Formado em engenharia civil, Luís Fernando, nascido em 1970, era filho de Antônio Ramos e Olga de Arruda Santa Ramos. Casado com Rogéria Souza Ramos, e tinha dois filhos. O piloto Fábio Pinho, nascido em 1980, era casado com Rebeca Alves de Lima Pinho e também pai de dois filhos.

LIBERDADE DE TEMPO

Ao ser questionada pelo Araçatuba e Região sobre o fato de um ano após a tragédia ainda não existir uma resposta para as perguntas que cercam o acidente, a assessoria de imprensa da FAB informou que o Cenipa, centro que atua na apuração do corrido, não trabalha com tempo determinado para concluir sua investigação. 

“A necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes garante a liberdade de tempo para a investigação. A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão subordinado ao Comando da Aeronáutica, terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente”, explica a nota. 

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa, após a ocorrência, o objetivo principal das investigações é “prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram”. No caso do acidente em Coxim, o que o Cenipa informa é que a aeronave, colidiu em duas árvores em uma área de pasto, com ocorrência de fogo após o impacto, consumindo por completo a fuselagem da aeronave e resultando na morte de seus passageiros.

FAMILIARES 

Durante os últimos dias, a reportagem tentou entrevistar familiares de Luís Fernando e do piloto Fábio Pinho. A esposa do empresário, apesar de reconhecer que terá de falar sobre o fato um dia, uma vez que ela assumiu em definitivo o comando das empresas do falecido marido, optou por se resguardar em virtude das lembranças revividas com a proximidade do primeiro ano da morte do marido.

Rebeca, esposa do piloto, também foi procurada e disse não estar com o emocional ainda preparado para falar sobre tudo que aconteceu, em especial sobre este último ano sem a presença do marido, morto de forma abrupta.


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