A professora aposentada Marta Toledo, de 67 anos, de Araçatuba, iniciou a atividade física devido a alguns problemas na coluna, incluindo artrose, degeneração cervical e lombar, osteófitos (bicos de papagaio) e hérnia de disco.
Anti-inflamatórios e analgésicos faziam parte da sua rotina, na tentativa de diminuir as dores. Marta recebeu como prescrição médica o exercício físico e decidiu, há mais de 10 anos, melhorar sua qualidade de vida.
Atualmente, Marta afirma que 85% das dores foram embora. “Senti melhora na minha mobilidade, tenho muito mais disposição e autonomia física. Até o meu humor é outro. Acordo sem dores e posso fazer minhas atividades do dia a dia e até praticar meu hobby, que é a costura, de uma maneira muito mais fácil e sem dores”.
Marta faz parte de uma parcela da população que sofre com dores nas costas. Em dados recentes divulgados pela a OMS (Organização Mundial da Saúde), dores nas costas atingem ou vão atingir 80% da população mundial.
Fatores
Parece comum reclamar de uma dor aqui, de outra ali, quando o assunto é coluna, porém o problema pode ocorrer por uma série de fatores e atrapalhar muito no nosso dia a dia.
Uma das origens mais comuns é o trabalho. Obesidade, estresse e idade também interferem na qualidade das nossas costas.
Outra situação que tem sido observada nos tempos atuais é a quantidade de jovens que sofrem de dores na coluna. O motivo? Vida sedentária, uso de celulares e tempo excessivo na frente de videogames.
Alívio das dores
Para melhorar a qualidade de vida de pessoas de todas as idades que possuem esse problema, a atividade física praticada regularmente vem como uma grande aliada. De acordo com o educador físico, Henry Ricoboni, a melhora se dá, principalmente, pelo fortalecimento muscular.
“Fortalecendo a musculatura, notamos menos inflamações e agressões nas articulações e demais locais. Os exercícios têm um impacto nas estruturas ao redor da coluna. Por exemplo, fortalecendo os músculos da coluna e do abdômen, conseguimos chegar num bom resultado, melhorando essas dores e inflamações”.
Há também evidências científicas de que os exercícios trazem benefícios para certas funções do sistema nervoso. O que isso tem a ver? Significa que a atividade física tem influência direta na forma como sentimos dor.
Por isso, quem pratica algum exercício pode apresentar menos sensibilidade aos estímulos prejudiciais. Essa relação recebe o nome de hipoalgesia induzida pela rotina de treinos. A atividade física ainda libera endorfinas, que são analgésicos naturais do nosso organismo.
Tipos de exercícios
De acordo com o educador físico, não há uma “receita de bolo” que se encaixa em todos os casos. Mas apostar em atividades que fortaleçam os músculos que sustentam a coluna, como dorsais, abdominais e das pernas, já é um bom começo.
Porém, caso a pessoa não faça nenhuma atividade, o ideal é evitar começar sozinho, sem ter uma orientação adequada de um médico e o acompanhamento de um profissional da educação física.
Na rotina, algumas coisas também podem ajudar o paciente, como se movimentar mais, fazendo intervalos curtos com atividades ao longo do dia. Subir escadas, ir a um mercado próximo a pé, fazer alongamentos e evitar ficar na mesma posição por muito tempo estão entre as ações que podemos incluir no dia a dia.
Sobre Henry Ricoboni
Henry Ricoboni é formado pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) há 16 anos e se dedica a trabalhos de reabilitação e treinamento funcional.
Também criador do método Ricoboni System, que integra movimentos funcionais e ginástica natural a gestos esportivos dentro do treinamento de musculação com o objetivo de aumentar a eficiência e a motivação no processo de emagrecimento.