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Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, o delegado Paulo Natal, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), classificou o funcionário como uma pessoa fria, inteligente e meticulosa. Por vingança, decorrente de repreensões que recebeu por problemas no exercício de sua função na empresa, Casati decidiu atear fogo na loja, causando um prejuízo da ordem de R$ 2,5 milhões.
De acordo com o delegado que conduziu as investigações, Um conjunto de imagens captadas por câmeras no interior da concessionária, na parte externa da empresa e nas proximidades da casa do funcionário mostram como ele agiu no dia do crime.
Paulo Natal afirma que não houve nenhum tipo de arrombamento para o acusado do crime ter acesso ao interior da concessionária. Por ser funcionário, ele tinha conhecimento de um problema em uma porta e, removendo uma guarnição de alumínio e empurrando a mesma para frente e para cima, fez com que ela se abrisse, facilitando sua entrada.
 Imagens do sistema de monitoramento da concessionária mostram Casati, já no interior da empresa, jogando gasolina sobre mesas e no interior de carros que estavam no interior da lojo. Na sequência, ele usa uma espécie de tocha improvisada para espalhar fogo pelo estabelecimento.
Imagens do sistema de monitoramento da concessionária mostram Casati, já no interior da empresa, jogando gasolina sobre mesas e no interior de carros que estavam no interior da lojo. Na sequência, ele usa uma espécie de tocha improvisada para espalhar fogo pelo estabelecimento.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, Casati comprou o combustível usado no dia interior ao crime. O delegado diz que ele teve o cuidado de desligar o rastreador GPS do celular para dificultar a identificação dos locais onde esteve durante a execução de seu plano incendiário de destruir a concessionária onde trabalhava. “Encontramos o posto onde comprou o cartão de crédito pelos dados do cartão de crédito dele”, diz o delegado.
Paulo Natal, durante entrevista coletiva, deu muitas informações sobre os procedimentos usados pela polícia para confirmar a autoria do incêndio por Casati. O delegado diz que detalhes comportamentais do funcionário da concessionária colaboraram para o esclarecimento do caso.
Um desses detalhes diz respeito a bilhetes que foram encontrados no interior da loja no dia do incêndio, em áreas não atingidas pelo fogo. A polícia descobriu que o supervisor foi até uma lan house em Birigui, onde usou computador e impressora para preparar os 10 impressos com ameaças direcionadas ao gerente da concessionária e também a um outro funcionário.
 Durante o rescaldo após o Corpo de Bombeiros apagar o incêndio, já presente na concessionária, como se desconhecesse o que havia ocorrido, Casati encontrou um dos bilhetes que preparou, passou rapidamente os olhos e entregou o papel a uma outra pessoa, dizendo: “olha isso aqui”.
Durante o rescaldo após o Corpo de Bombeiros apagar o incêndio, já presente na concessionária, como se desconhecesse o que havia ocorrido, Casati encontrou um dos bilhetes que preparou, passou rapidamente os olhos e entregou o papel a uma outra pessoa, dizendo: “olha isso aqui”.
No bilhete, consta dizeres como: “Eu tentei te avisar que de seus atos provém consequências e nem sempre elas são boas. Vide o que está ocorrendo”, escreve o autor do crime, dando a entender que se tratava de um cliente descontente com serviços da concessionária.
Conforme o delegado Paulo Natal, em vistorias feitas nas redes sociais de Casati, a Polícia Civil conseguiu identificar termos usados pelo funcionário que continham nos bilhetes achados na concessionária. Entre eles, a palavra “mequetrefe”, usada para atacar o gerente da empresa.
Ainda durante o rescaldo do incêndio, Casati teria dito a um funcionário, segundo a polícia, a seguinte frase: “É, nem a pessoa que colocou fogo na concessionária sabia que chegaria a essa proporção”, revela o delegado.
Paulo Natal diz que, dias antes do crime, Casati teria confessado a um colega de trabalho que pensava em cometer o crime. No dia 16 de julho, o supervisor chegou a ser preso como suspeito. No entanto, foi solto em audiência de custódia.
Na casa onde mora, com outras duas pessoas, foram encontradas peças de veículos da marca Hyundai e também munições de arma de fogo. Com a segunda prisão, agora preventiva – sem tempo para se esgotar – Casati vai responder pela autoria do incêndio e pode ser condenado a pena que pode variar de 4 a 8 anos de reclusão. Por ameaças ao gerente e outro funcionário, uma eventual condenação pode ampliar a pena em mais um ano.

 
  
  
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