Região 018
Anunciante
PASSOS DE UM ASSASSINO VÍDEO MOSTRA CRONOLOGIA DA MORTE DE COMERCIANTE EM ARACANGUÁ

Rosineia Rodrigues dos Santos foi enforcada por vizinho. Ele se matou em cela de presídio

Anunciante

Uma semana após o assassinato da comerciante Rosineia Rodrigues dos Santos, de 42 anos, pelo servidor público Danilo de Oliveira Ferreira, de 25 anos, a reportagem do 018 News teve acesso a imagens registradas em vídeo que mostram a cronologia, os passos dados pelo autor do homicídio que chocou a população de Santo Antônio do Aracanguá, cidade na região de Araçatuba.

Uma semana após o crime, o que resta dele é apenas sua história. Quatro dias após ser preso e ter confessado o assassinato de Neia, como era conhecida na cidade, Danilo foi encontrado morto na cela onde estava detido, no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Lavínia.

Sozinho no cárcere, não teve a coragem de esperar ser julgado e certamente condenado. Enforcou-se com a própria calça que usava na prisão. Deu fim à própria vida, sem ao menos explicar os motivos reais que o levaram a tirar a vida de Neia, a mulher que matou por estrangulamento, dentro da casa onde ela morava.

20 HORAS, 08 MINUTOS

Esse foi o horário que Neia chegou em sua casa na noite da terça-feira, 12 de janeiro. Ela parou o carro, um Honda Civic, desceu, atravessou a rua, abriu o portão. Retornou para o veículo e o guardou na garagem. Estas são as últimas imagens da comerciante ainda com vida. A partir daí, conforme registraram a câmera de segurança de um imóvel vizinho, são apenas os movimentos do homem que havia se mudado para Aracanguá para morar com um familiar.

Ele trabalhava no Departamento de Água e Esgoto de Guararapes, cidade localizada, em um trajeto por estrada, a 60 quilômetros de distância de Aracanguá. Entre os dois municípios, Araçatuba, por onde o assassino passava praticamente todos os dias. Cidade que escolheu para desovar o corpo de sua vítima, jogá-lo no mato de um barranco em uma alça de um pontilhão da rodovia Marechal Rondon (SP-300).

21 HORAS, 52 MINUTOS

Foi neste horário que Danilo fez sua primeira aparição conforme o registrado pela câmera de segurança. Usando bermuda escura, uma blusa com capuz e máscara, numa esquina, ele atravessa a rua da casa de Neia. Um minuto depois, retorna, atravessa novamente a via e desaparece do ângulo de filmagem.

Às 21h55, Danilo atravessa novamente a rua da casa de sua “presa”. Às 21h56, retorna e para no meio da rua. Os sinais eram de que analisava o espaço, observava a possível movimentação de pessoas. Até que decido sumir de vez no sentido que seria o de uma casa desabitada por onde o assassino teria trilhado caminho até conseguir pular o muro da residência de Neia.

A VERSÃO DO ASSASSINO

Quando preso e interrogado na delegacia de Aracanguá, Danilo disse que sua intenção era furtar a casa da comerciante. No entanto, o fato de nada ter sumido da residência, deixa uma lacuna em aberto. Uma série de perguntas sem respostas. O que ele queria com Neia? Abusá-la sexualmente, afinal era uma pessoa bonita, atraente? Furtá-la de verdade? Roubar mediante uso de algum tipo de arma?

O que se sabe, e pelo único relato do homicida, é que Neia teria se assustado com a presença de Danilo no quintal de sua casa. Os dois teriam entrado em conflito. Ela começara a gritar por socorro. Até que ambos foram parar no quarto da comerciante, onde o criminoso confesso encontrou um cinto em um móvel e com ele enforcou a vítima.

ZERO HORA, 54 MINUTOS

Do momento em que a câmera de segurança da casa vizinha registrou a imagem de Danilo atravessando a rua até o momento em que ele volta a aparecer na gravação, há um intervalo de três horas. É o tempo que ficou no interior da casa de Neia. Fazendo o quê? Só ele poderia dizer se não tivesse, se matado dias após ter cometido tamanha crueldade.

Aos 54 minutos já da madrugada de quarta-feira (13), o carro de Neia sai do interior da casa. Ao volante, um motorista que demonstrou na ocasião não ter habilidade para conduzir o veículo. Noma saída de ré, em diagonal, o carro bate com a traseira em uma lixeira fixada na calçada.

O motorista/assassino manobra o carro até que consegue retirá-lo da garagem. Sem demonstrar pressa, Danilo para o carro já com o corpo de Neia em seu interior. Até aí, só ele poderia dizer se ela já estava morta de fato ou apenas desacordada em virtude do estrangulamento que sofrera no interior da residência.

Danilo para o carro sem se preocupar com a forma como o mesmo ficou na rua. Desce do veículo e ainda tem a preocupação de levantar a lixeira que derrubara e com o pé aperta o solo em sua base, para que permanecesse de pé. Na sequência, ele vai até o portão e fecha. Volta para o carro e sai dirigindo. O relógio da câmera de segurança marcava 00h57.

02 HORAS, 40 MINUTOS

Da mesma forma que permaneceu três horas no interior da casa de Neia, o servidor público demorou o mesmo tempo para retornar ao local com o carro de sua vítima. Às 2h40, a Câmera de segurança mostra o veículo se aproximando, virando para fazer um contorno até chegar diante da casa da comerciante.

Danilo para diante do imóvel. Permanece um tempo dentro do carro. Desce e abre o portão. Como se estivesse em sua própria casa, estaciona o carro na garagem e só volta a ter sia imagem gravada minutos mais tarde.

03 HORAS, 10 MINUTOS

Esse é o horário da última aparição do servidor público que pouco antes se tornara homicida e que, dias mais tarde, daria cabo à própria vida, já na condição de suicida. Ele aparece fazendo o caminho inverso ao que traçou até chegar ao interior da casa de Neia.

O que dá a entender que assim como pulou o muro para entrar na residência, o mesmo fez para dela sair. Ele atravessa a rua como se tivesse indo para sua casa, tranquilamente. Para na esquina e fica alguns segundos observando algo na via, mais distante da casa. Até que volta a caminhar, saindo por derradeiro do ângulo da filmagem que horas mais adiante ajudou a levá-lo para a cadeia.

Observação: A reportagem do site 018 News recebeu no último domingo (16), 12 trechos de reprodução do conteúdo gravado pela câmera de segurança que ajudou a esclarecer o assassinato de Rosineia Rodrigues dos Santos. O material foi editado, de forma montar uma cronologia do caso, cujas investigações serão arquivadas devido ao suicídio de Danilo de Oliveira Ferreira, que já tinha condenação da Justiça por importunação sexual. O Instituto de Criminalística da Polícia Civil deve divulgar, num prazo de 30 dias, se a vítima do servidor público foi abusada sexualmente por ele.


O 018News não se responsabiliza pelas notícias de terceiros.
Copyright © 2024 018News. Todos os direitos reservados.