Enquanto a Prefeitura de Araçatuba se preocupa em mostrar as obras feitas durante a atual administração, três notícias que vieram a público neste fim de semana mostram claramente que os buracos estão tendo mais valor que o povo.
Pesquisa do Instituto Sou da Paz coloca Araçatuba em 20º lugar no ranking da violência no Estado de São Paulo, num comparativo entre 2017 e 2018, os dois primeiros anos de gestão do prefeito Dilador Borges (PSDB) e da vice-prefeita Edna Flor (PPS), que, por sinal, se posiciona como defensora dos direitos humanos.
Em miúdos, o levantamento mostra que em 2018, no segundo ano do atual governo, mais pessoas foram assassinadas; mais pessoas foram mortas após crimes de roubo e mais pessoas foram estupradas em comparação com o ano anterior.
A Polícia Militar critica os números. Não deveria ser diferente, uma vez que compete a ela dar segurança à população enquanto representante do Estado. A Prefeitura não fala nada sobre o assunto. Faz silêncio sepulcral quando deveria, por obrigação, desenvolver políticas públicas com a finalidade de desviar crianças, jovens e adultos do mundo da criminalidade.
Não bastasse uma crise no quesito violência, Araçatuba também registra um crescimento galopante de casos de dengue. São 1.117 doentes de todas as idades, sexo e regiões possíveis do município. Foram 150 casos da doença registrados apenas na última semana conforme dados divulgados pela própria Prefeitura.
Ainda há que se falar sobre os casos de um outro problema que afeta, preocupantemente, a população de Araçatuba: as picadas de escorpiões. Os números registrados em 2019 – um total de 331 até o momento – mostram que o combate a essa praga não está transcorrendo de forma eficiente.
Dengue, picada de escorpião, tiro, facada e até mesmo estupro matam. Assim como os buracos que o governo municipal está fazendo questão de tapar conforme o que ele mesmo prometeu para a população durante a campanha eleitoral e que está na cartilha de qualquer chefe de Executivo cercado de boas intenções.
Faltando menos de um ano e meio para as próximas eleições e com a “transformação” de Araçatuba em um “canteiro de obras”, questões como violência e saúde podem prejudicar fortemente o futuro político do atual governo, caso tenha pretensão eleitoral e olho numa eventual tentativa de reeleição para 2020.
O prefeito Dilador e a vice Edna Flor sabem muito bem que campanhas publicitárias, como as que são veiculadas neste simples informativo, não bastam para garantir um resultado positivo nas urnas. Mostrar o que é feito é preciso? Sim, é. Só que é preciso fazer muito mais coisas do que as que estão sendo mostradas na mídia local.
Há uma série de descontentamentos relacionados à administração municipal e o governo vê isso. Só que, a impressão que passa, é que não quer ouvir o que a população fala na maioria das vezes. É aí que mora o perigo, pois o gestor público que não ouve comete equívocos.
E parece que é isso que a administração municipal está preferindo cometer. Mesmo tendo uma legião de pessoas, grupos e entidades com disposição para falar, sugerir, sinalizar, apontar caminhos.
Da mesma forma que não é só de pão e água que se vive o homem, não será de pão, água e obras que a população araçatubense viverá. Mesmo com a infinidade de alertas emitidos à atual administração municipal.
Mas até aí, cada um sabe a idade que tem, a responsabilidade que tem e o juízo que exerce. Não é, prefeito?